"Palavras, sons e imagens que nos tocam onde somente a arte alcança para o amor poder agir.."

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Dentre...

Foto de Clarissa S.
Sinto demasiadamente tudo e quero bem todas as coisas
Desconheço o ódio a outro Ser e tento andar por linhas retas
Amo a Terra e tudo o que ela representa
Vivo a me apaixonar por um texto, um gesto, um céu
Sofro com a maldade, com o desprezo e a crueldade
Amo tanto aos meus amigos mesmo que às vezes não o diga
Me incomoda a indiferença, a soberba e apatia
Não tolero a prepotência e não me calo às injustiças
Entre os meus, os desafios mais íntimos e os maiores erros
Tenho tanta fé que ela é o meu sustento. Fé em mim e fé em Deus!
Meus sonhos são tão simples que ninguém os julga serem meus
Culpa da roupagem que vesti “conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me ¹ ”
Tenho saudades dos que já partiram, desta e nesta vida
E a rudeza que ora ou outra demonstro é forma simples de me defender
Daqueles por quem já sofri. 
Mesmo ao querer o abraço, as desculpas e lágrimas.
Me rendo a esta covardia, e ao orgulho do leão.
Tenho um quarto de século a me rondar, mas a vida que já fiz vale uma metade
A metade que desconheço de mim mesma
E aos que encontro entrego a paz de um sorriso
E entrego sempre com-paixão
Pois creio na construção de um mundo justo onde haja respeito entre os seres
Boa vontade entre todos e o fim do morticínio de ambos os animais.

¹ Fernando Pessoa, heterônimo Álvaro de Campos, “Tabacaria”

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

De Juca Novaes e Tavito... "Meio Almódovar"

Foto de Adriano Aquino
Foi só um ensaio
Foi só um insight
Durou muito pouco
Doeu muito mais
Foi trailer de filme
Ensaio de orquestra
Foi jogo suspenso
No auge da festa
Foi curto e intenso
Canção de Caymmi
Foi meio Almodóvar
Foi meio Fellini
Foi como um cometa
No céu da cidade
Foi breve promessa
De felicidade
Eu morro de saudades do que era pra viver
E vivo da viagem de reencontrar você
Meus olhos do passado num futuro que nem sei
De tantas outras vidas
Mil pontos de partida
E todos os detalhes do que não aconteceu
Repetem o roteiro pra mostrar você e eu
O filme recomeça e nunca chega até o fim
E nessa nova vida
Não tem a despedida
Foi só a voz guia
Foi nem a metade
Foi estrela guia
Foi tanta verdade
Um mero rascunho
Mas foi divindade
Grafite no muro
Da minha saudade
Eu morro de saudades...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Monólogo insone...

“Eu te prometo o sol, se hoje o sol sair
Ou a chuva, se a chuva cair”

“Breve promessa de felicidade”
Foto de Giulifff

Agradeço por cada minuto amado
Olhos que me olham e não me vêem
E cada instante vivido
Boca que me beija e não me sente
E os sonhos almejados
Torrentes que naveguei a barco e vela
Houve alegrias divididas
Vista de paragens perdidas
Foram tantos minutos ao seu lado
Cuidados e carinhos dedicados
E os instantes existidos
Eternidade de promessas
Nossos sonhos tão reais
Tão quanto seu amor
E as alegrias divididas?
Vista de um Oasis a minha’alma







“por dois motivos os seres se encontram:
ou para nos amar, ou para por nós serem  amados”




sábado, 22 de janeiro de 2011

Flores por amores...

Foto de João Rogério Filho
Hoje do campo ganhei flores colhidas de muitas cores
Imbuídas no sentimento feliz de me verem sorrir
Trouxeram um segredo e me fizeram um pedido
Mas não me cabe amar ao girassol e a rosa
De maneira igual a que amo ao lírio
Posto que um sempre a luz segue
O outro muito próximo me fere
Já o lírio belo e delicado quer de mim muitos cuidados
Só que o campo hoje me deu flores
Não são lírios, nem são rosas
Nem o Sol buscam alcançar
São rasteiras e são alvas
 Troco-as eu pelo meu par?

sábado, 15 de janeiro de 2011

Itaipava, amada Itaipava!


Vista de Itaipava, pelo Vale do Ribeirão

Cidade da minha infância, das minhas mais caras lembranças,
Cidade dos meus sonhos, tão amada por mim.
Nesse mundo de muitos passos e de muitos pousos, era a estada segura do meu coração.
Onde dei meus primeiro passos, meus primeiros tombos
Descobri o valor da amizade, e as venturas de uma paixão
Cidade fria, que aquecia tanto as premissas deste, que é o meu coração
Desde os pinheiros da rua de terra, ao balanço silencioso do Ribeirão
Era conhecido cada palmo daquele que era o meu chão
E do meu povo que me sorria quando eu simplesmente ia
De mochila nas costas e pés no chão, percorria a estrada União Indústria
Com cola e panfletos na mão, o motivo, era não a corrupção!
Mas esse meu povo ria, quando no Vilarejo eu ia esperar por minha paixão
E quando avistava pequeninas as casas no alto do Vale, era inocente o pensamento da beleza que havia.
Como andará Pedro do Rio, e a fazenda em Areal?
Dói pensar nas casinhas que beiravam o Piabanha
O Artesão do Pão, Vila Rica, e meu tão amado Ribeirão!
Como estarão aqueles que cresceram comigo?
Já que a paisagem do Vale, hoje é destruição.
Vontade de chorar a lembrar desse meu povo
Que comigo ria, e que comigo ia
Peço a Deus que proteja este chão que eu deixei
Os amigos que ficaram, minha tia querida e minhas irmãs do coração
Meus melhores professores, minha escola, meus amores

Peço a Deus que os proteja e peço calma a Natureza
A mesma que nós não respeitamos e que na verdade pouco amamos
Mas recorro a toda sua grandeza, seu espírito elevado, sua nobreza
Pois envenenamos suas águas, matamos seus animais
Devastamos suas matas, poluímos o seu ar
Desviamos os seus rios e secamos suas nascentes 
Mas mesmo assim pedimos por sua complacência
Tens tudo o que nos falta, piedade, pois nós não sabemos o que fazemos.


Estrada do Ribeirão, 1000, Condomínio Chamonix, Casa 7
Itaipava, Petrópolis, Rio de Janeiro
Nesta vida, o lugar de onde eu vim!

domingo, 9 de janeiro de 2011

Seu amor, um pedaço de ti...

Em sonhos recordei tuas doces palavras
Uma a uma postas em papel. Carta lida entre lágrimas.
Pouco lembro deste momento vivido, ou sonhado
Pouco lembro da mensagem deixada
Falava-me de tua saudade, da falta que meus braços faziam em ti
Falava-me também do meu abraço, e de quanto se esforçava em procurar-me
Lembro bem que dizia que nos víamos em sonhos
E que sua vida era mais doce com estes instantes juntos
Quanta falta me faz. Teu colo, teu amor, a paz advinda da sua presença
Obrigada pela carta deixada, mas antes fosse o teu sorriso
Antes fosse nesta vida em que vivo na esperança de reencontrar-te
Mas, obrigada pela delicadeza de dizer que tu existes e que me procura tanto quanto eu a ti
E que me ama, tanto quanto amo a ti
E que me espera, como sempre te espero
Em cada olhar, em cada nome, em cada rosto
Imagino o dia de ter ver em uma esquina, sentado em algum banco, em algum momento, em algum ano.
Espero pelo reencontro de nossas almas desde o momento em que em teus braços, entre lágrimas e sorrisos, disse adeus.
Momento este em que parti com a esperança no coração de um dia vivermos juntos novamente no amor que Deus nos fez sem o peso do passado a atordoar os corações
Quando me separei de ti foi na esperança de reencontrar-te para que juntos, no futuro, pudéssemos crescer na escala evolutiva de nosso ser
Te amo, desde que rudes estávamos a viver entre as selvas, e provavelmente muito antes disso e te amarei até quando o indizível ao meu entendimento acontecer.
Te amarei sempre, sempre e sempre
Do fundo da alma que tanto conheces,
Seu amor, um pedaço de ti.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Pelo quê mais?


Foto de Clarissa S.
Por esse ar que invade as fibras do meu corpo
E faz bailar coloridas as partículas ao sol
Por essa montoeira de azul estonteante
Abrigo de estrelas e de astros
Por esse sentimento que sinto
Ao ver o riso alegre das crianças pelas ruas
A bondade nas palavras inocentes
A perfeição dos ciclos da vida
O amor que se transforma e se renova
Pelo manto verde esbelto que se explana no horizonte
E nos convida a meditar nos limites que não temos
Pelo Deus que há dentro de mim
Que me ama e me perdoa e te ama, e te perdoa
Por tudo aquilo que virá
Pelo filho que um dia hei de amar
Por tudo e tudo o que existir
E por meu protetor a me guiar
É que aqui estarei sempre com fé a prosseguir
Tateando essa vida linda ora a sorrir ora a chorar
Mas, sobretudo e, contudo
A evoluir!