Foto de Clarissa S. |
Sinto demasiadamente tudo e quero bem todas as coisas
Desconheço o ódio a outro Ser e tento andar por linhas retas
Amo a Terra e tudo o que ela representa
Vivo a me apaixonar por um texto, um gesto, um céu
Sofro com a maldade, com o desprezo e a crueldade
Amo tanto aos meus amigos mesmo que às vezes não o diga
Me incomoda a indiferença, a soberba e apatia
Não tolero a prepotência e não me calo às injustiças
Entre os meus, os desafios mais íntimos e os maiores erros
Tenho tanta fé que ela é o meu sustento. Fé em mim e fé em Deus!
Meus sonhos são tão simples que ninguém os julga serem meus
Culpa da roupagem que vesti “conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me ¹ ”
Tenho saudades dos que já partiram, desta e nesta vida
E a rudeza que ora ou outra demonstro é forma simples de me defender
Daqueles por quem já sofri.
Mesmo ao querer o abraço, as desculpas e lágrimas.
Me rendo a esta covardia, e ao orgulho do leão.
Tenho um quarto de século a me rondar, mas a vida que já fiz vale uma metade
A metade que desconheço de mim mesma
E aos que encontro entrego a paz de um sorriso
E entrego sempre com-paixão
Pois creio na construção de um mundo justo onde haja respeito entre os seres
Boa vontade entre todos e o fim do morticínio de ambos os animais.
¹ Fernando Pessoa, heterônimo Álvaro de Campos, “Tabacaria”
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